A síndrome de Sjögren (SS) é uma doença crônica autoimune que afeta principalmente as glândulas produtoras de lágrimas e saliva.  

Esta é uma das doenças reumáticas sistêmicas mais frequentes, estimando-se que afete entre 0,1 e 0,3% da população. 

Na SS ocorre invasão dos linfócitos em diversos órgãos e glândulas, causando inflamação e prejudicando seu funcionamento adequado. Isso ocorre principalmente nas glândulas lacrimais e salivares. 

E, embora seja mais comum em mulheres acima dos 40 anos, a síndrome de Sjögren pode afetar pessoas de qualquer idade e gênero.  

Sintomas oculares da síndrome de Sjögren 

Um dos principais sintomas é a secura ocular (xeroftalmia), também conhecida como ceratoconjuntivite seca.  

Isso ocorre devido à diminuição da produção de lágrimas pelas glândulas lacrimais. Como resultado, os olhos podem ficar vermelhos, irritados, com sensação de areia ou queimação. Além disso, a visão pode ficar embaçada e os olhos podem ficar mais sensíveis à luz. 

A secura ocular pode afetar significativamente a qualidade de vida dos pacientes, pois a falta de lubrificação adequada pode causar desconforto constante nos olhos, dificuldade em realizar atividades diárias, como ler, dirigir ou trabalhar no computador, e até mesmo comprometer a capacidade de enxergar com clareza. Além disso, a irritação e a vermelhidão dos olhos podem afetar a autoestima e a confiança das pessoas. 

Sintomas bucais da síndrome de Sjögren 

Além dos sintomas oculares, a síndrome de Sjögren também pode causar secura na boca, conhecida como xerostomia.  

A diminuição da produção de saliva pode levar a problemas como dificuldade em engolir alimentos secos, sensação de boca seca e pegajosa, mau hálito e aumento do risco de cáries e infecções bucais. 

A falta de saliva adequada pode interferir na capacidade de falar, mastigar e saborear os alimentos.  

Esses problemas podem causar dor, desconforto e até mesmo perda dos dentes, afetando a qualidade de vida dos pacientes. 

Impacto na qualidade de vida 

Os sintomas oculares e bucais da síndrome de Sjögren podem ter um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes.  

A secura ocular constante pode causar desconforto físico e emocional, interferindo nas atividades diárias e causando problemas psicológicos como ansiedade e depressão. Além disso, se não tratado corretamente, pode levar a úlceras na córnea, secundária a secura ocular. 

A dificuldade em enxergar com clareza também pode comprometer a segurança ao dirigir ou realizar tarefas que exigem uma visão nítida. 

A xerostomia crônica também pode ter um impacto negativo na qualidade de vida. A falta de saliva adequada pode tornar as refeições menos prazerosas, dificultando a mastigação e a deglutição dos alimentos.  

Além disso, a xerostomia aumenta o risco de desenvolvimento de cáries e infecções bucais, o que pode levar a dor intensa e perda dos dentes. 

Além disso, a Síndrome de Sjögren pode afetar outros órgãos e glândulas, levando a uma variedade de outros sintomas. Isso pode incluir secura na pele, nariz, garganta, trato digestivo, laringe, traqueia, vias aéreas dos pulmões, vulva e vagina.  

Pessoas que sofrem de “SS” também podem sentir cansaço, dores nas articulações e inflamações. Além disso, outros órgãos do corpo, como rins, pulmões, vasos sanguíneos, nervos, pâncreas e cérebro podem ser afetados.  

Esses sintomas podem causar desconforto adicional e podem afetar a qualidade de vida de maneiras que vão além dos sintomas oculares e bucais. 

É importante ressaltar que a síndrome de Sjögren é uma doença autoimune crônica sem cura, mas existem tratamentos disponíveis para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.  

Como tratar a síndrome de Sjögren? 

Embora não exista uma cura definitiva para a Síndrome de Sjögren, o diagnóstico e intervenções precoces podem melhorar o prognóstico.  

O tratamento envolve geralmente medidas para manter as superfícies, como os olhos e a boca, úmidas. Isso pode incluir o uso de lágrimas artificiais e substitutos de saliva.  

Remédios anti-inflamatórios, corticoides e/ou imunossupressores podem ser administrados quando houver manifestação mais grave, buscando melhora da inflamação e evitando sequelas. 

Devido à complexidade dessa doença, é fundamental procurar um médico especializado em reumatologia e terapia biológica para receber um acompanhamento adequado, desde o diagnóstico até o tratamento. 

Portanto, se você ou alguém que conhece sofre com essa doença, entre em contato comigo e marque uma consulta. Com um acompanhamento personalizado, humanizado e empático, é possível controlar essa condição e garantir uma melhor qualidade de vida.