Um estetoscópio e um punhado de açúcar ao lado (Diabetes/Osteoporose)

Como a diabetes pode ocasionar doenças ósseas como a osteoporose

Segundo dados divulgados na décima edição do Atlas do Diabetes, da Federação Internacional de Diabetes (IDF, sigla em inglês), existem 537 milhões de pessoas com diabetes no mundo. 

No Brasil, esta doença também é bastante prevalente, chegando a atingir aproximadamente 17 milhões de pessoas, colocando o Brasil em quinto lugar em número de casos da doença no ano de 2021. 

A diabetes se torna um caso de saúde pública preocupante, pois favorece o desenvolvimento de outras doenças, que podem diminuir a qualidade de vida e causar complicações severas. 

Diversos estudos já confirmaram que a diabetes pode ocasionar doenças ósseas como a osteoporose, que já atinge mais de 10 milhões de pessoas no Brasil. E mais: apenas 20% das pessoas que possuem essa doença, sabem que a tem. 

Hoje, ocorrem 200 mil mortes por ano em decorrência de problemas causados pela osteoporose. 

Por isso, é essencial que saibamos correlacionar os casos de diabetes, suas complicações, que podem ocasionar osteoporose e, assim, consigamos tratar estas duas doenças tão silenciosas e perigosas.  

O que é a diabetes? 

A diabetes é uma doença metabólica crônica, que se caracteriza pela produção irregular de insulina, resultando em hiperglicemia, ou seja, deixando elevados níveis de açúcar (glicose) no sangue. 

A glicose é vital para nosso organismo, pois é fonte de energia. No entanto, pode ser prejudicial em baixa quantidade ou em excesso, por isso, o pâncreas produz a insulina, um hormônio que tem o objetivo de regular a quantidade de glicose no sangue. 

Quando há esta desregulação da glicose, surge a diabetes, que pode ter dois tipos. 

Diabetes tipo 1 

Trata-se de uma versão autoimune da doença, na qual o sistema imunológico ataca e destrói as células produtoras de insulina no pâncreas. A diabetes tipo 1 geralmente se manifesta na infância ou adolescência e requer tratamento com injeções de insulina. 

Diabetes tipo 2 

É a forma mais prevalente, correspondendo a cerca de 90% dos casos. A diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo desenvolve resistência à insulina ou o pâncreas não produz insulina suficiente. Fatores de risco incluem obesidade, sedentarismo e histórico familiar de diabetes. O tratamento geralmente envolve mudanças no estilo de vida, como dieta e exercícios, e, se necessário, medicamentos orais ou insulina. 

Consequências da diabetes 

A diabetes pode causar significativa morbidade e levar à mortalidade precoce devido a algumas doenças: 

  • infarto do miocárdio, 
  • acidente vascular cerebral,  
  • insuficiência renal,  
  • deficiência visual, 
  • ulceração do pé
  • e diversas condições musculoesqueléticas.  

Pacientes com diabetes podem desenvolver diversas síndromes ou sintomas musculoesqueléticos, muitos dos quais estão associados à gravidade e duração da doença. 

Essas condições podem afetar articulações, tecidos moles, nervos, músculos, tendões e ossos. 

Algumas dessas condições resultam de outras complicações do diabetes, como a neuropatia periférica, enquanto outras parecem ser causadas diretamente pela anormalidade metabólica, com lesões nos tecidos devido à glicosilação direta. 

O que é a osteoporose 

A osteoporose é uma condição que compromete a integridade dos ossos, deixando-os mais vulneráveis e suscetíveis a fraturas. Essa doença se desenvolve quando a perda de massa óssea supera a formação de novos tecidos ósseos.  

Embora seja mais frequente em mulheres após a menopausa, a osteoporose também pode afetar homens e indivíduos de diferentes idades.  

Os principais fatores de risco incluem idade avançada, ingestão insuficiente de cálcio e vitamina D, sedentarismo, tabagismo, consumo excessivo de álcool, uso prolongado de certos medicamentos e, segundo pesquisas recentes, a diabetes pode ser uma facilitadora para o desenvolvimento desta doença. 

Como a diabetes facilita o desenvolvimento da osteoporose 

A insulina, além de ser importante para a captação de glicose pelas células, também tem efeito anabólico, ou seja, estimula o desenvolvimento de diversos tecidos em nosso organismo. 

Assim, pacientes com diabetes, que têm a produção de insulina altamente comprometida, acabam tendo menor densidade mineral óssea. Ou seja, seus ossos não têm tanta densidade, favorecendo o surgimento de osteoporose em idade precoce. 

Tanto a diabetes tipo 1, quanto a tipo 2, interferem diretamente nos mecanismos de remodelação óssea e na formação da matriz de colágeno, alterando microscopicamente a estrutura dos ossos, aumentando o risco de fraturas. 

Somamos a isso as dificuldades na visão, neuropatias decorrentes da diabetes e o uso de alguns medicamentos para o tratamento da doença. Tudo isso pode aumentar drasticamente o risco de fraturas. 

Portanto, pacientes diabéticos precisam de avaliação clínica e metabólica, além de análise da densitometria óssea.  

Em caso de fragilidade nos ossos é importante realizar a suplementação de cálcio e de vitamina D, além do uso de medicamentos que ajudem a preservar a densidade óssea, como os bisfosfonatos.  

Exercícios físicos e prevenção/tratamento de complicações também são importantes para manter os ossos intactos. 

O que fazer para tratar diabetes e evitar osteoporose? 

Devido à complexidade destas doenças, a melhor alternativa é o acompanhamento de um médico especializado. 

Principalmente no caso de osteoporose já estabelecida é importante o seguimento com um médico especializado em reumatologia e terapia biológica, como eu. 

É possível individualizar o tratamento para cada paciente, levando em consideração o tipo e o estágio da doença, seu estilo de vida e demais características. 

Fale comigo e agende sua consulta! Com um acompanhamento empático e humanizado podemos reestabelecer seu bem-estar e qualidade de vida. 

 

Revisão médica: Dr. Diego Nunes

Reumatologista

CRM 192102 - SP

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