sintoma da Doença de Behçet

Doença de Behçet: Sintomas e seu impacto nas articulações e vasos sanguíneos

A doença de Behçet é uma doença autoimune rara que afeta os vasos sanguíneos do corpo além de úlceras na boca, nos genitais e na pele.  

A causa desta doença é desconhecida, porém com fatores genéticos e ambientais associados.  

Esta patologia é mais comum em países que fazem parte da antiga rota da seda, que se estende da Ásia ao Mediterrâneo, afetando principalmente gregos, turcos, árabes e israelenses, além de coreanos, chineses e japoneses.  

Ela recebeu esse nome por ter sido descrita em 1937 pelo dermatologista turco Hulusi Behçet.  

No Brasil, estima-se que a prevalência da doença seja de cerca de 5 casos por 100 mil habitantes. 

Como se caracteriza a doença de Behçet? 

A doença de Behçet é uma doença autoimune rara, ou seja, uma doença em que o sistema imunológico ataca erroneamente o próprio organismo, provocando inflamação nos tecidos.  

Esta patologia é uma condição inflamatória crônica que afeta vários órgãos e sistemas do corpo, especialmente os vasos sanguíneos.  

Ela se manifesta por meio de crises recorrentes de sintomas, que podem variar de pessoa para pessoa, mas geralmente incluem úlceras na boca e nos genitais, lesões na pele e problemas oculares.  

Além disso, a doença pode causar complicações nas articulações, no sistema nervoso e no trato digestivo, podendo levar a sequelas graves e até mesmo fatais. 

O início dos sintomas geralmente ocorre entre os 20 e 40 anos e tanto homens e mulheres são acometidos de forma semelhante.  

Diferentes genes aumentam o risco de desenvolver a doença de Behçet e acredita-se que fatores ambientais como infecções podem ajudar a desencadear a doença. 

Principais sintomas 

Os sintomas da doença de Behçet podem variar muito de pessoa para pessoa, tanto em intensidade quanto em frequência. Eles costumam ocorrer em crises, ou seja, períodos em que os sintomas aparecem e depois desaparecem por um tempo.  

Os sintomas mais característicos da doença são: 

Úlceras na boca 

Feridas dolorosas que surgem na língua, nos lábios, nas gengivas ou na garganta. Elas podem ser pequenas ou grandes, superficiais ou profundas, com um centro amarelado. Elas costumam durar de uma a duas semanas e podem deixar cicatrizes. As úlceras na boca são o primeiro sintoma da doença em cerca de 70% dos casos. 

Úlceras nos genitais 

São feridas semelhantes às da boca, mas que aparecem na vulva, na vagina, no pênis ou no escroto. Elas podem ser muito dolorosas e dificultar a relação sexual. Elas também costumam durar de uma a duas semanas e podem deixar cicatrizes. 

Lesões na pele 

São erupções vermelhas ou bolhas que surgem principalmente nos braços e nas pernas. Elas podem se parecer com acne ou furúnculos e podem coçar ou doer. Costumam durar alguns dias ou semanas e podem deixar manchas escuras na pele. 

Problemas oculares 

São inflamações que afetam diferentes partes do olho, como a íris, a retina ou o nervo óptico, geralmente se manifesta como uveíte posterior (com sinais de vasculite retiniana). Elas podem causar vermelhidão, dor, sensibilidade à luz ou visão embaçada. Elas podem ocorrer em um ou ambos os olhos e podem levar à perda permanente da visão se não forem tratadas adequadamente. 

Artrite 

Inflamação das articulações, que pode causar dor, inchaço e rigidez. Ela pode afetar qualquer articulação do corpo, mas é mais comum nos joelhos, nos tornozelos, nos pulsos e nos cotovelos. Ela costuma ser transitória e não deixa deformidades permanentes. 

Vasculite 

É a inflamação dos vasos sanguíneos, que pode causar obstrução, dilatação ou rompimento dos mesmos. Ela pode afetar tanto as veias quanto as artérias, de qualquer tamanho ou localização, podendo causar trombose, aneurisma ou infarto, dependendo do órgão afetado. 

Problemas gastrointestinais 

Inflamações que afetam o esôfago, o estômago, o intestino ou o fígado e podem causar dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, sangramento ou perfuração do órgão. 

Problemas neurológicos 

Inflamações que afetam o cérebro, a medula espinhal ou os nervos periféricos, podendo causar dor de cabeça, febre, rigidez na nuca, convulsões, paralisia, alterações de memória, de personalidade ou de raciocínio. 

Problemas cardíacos 

As inflamações causadas pela doença de Behçet também podem afetar o coração ou as membranas que o envolvem, gerando dor no peito, palpitações, falta de ar ou insuficiência cardíaca. 

Como tratar a doença de Behçet? 

Devido à complexidade desta doença, é essencial buscar um médico especializado em reumatologia e terapia biológica para realizar um acompanhamento adequado, desde o diagnóstico até o tratamento. 

Apesar de não ter cura, com a abordagem correta é possível controlar os sintomas e prevenir as complicações através do uso de medicamentos anti-inflamatórios, imunossupressores ou biológicos, dependendo da gravidade e da extensão da doença. 

Portanto, se você ou alguém que você conheça, sofre com esta doença, entre em contato comigo e agende sua consulta. Através de um acompanhamento individualizado, humanizado e empático, é possível controlar esta patologia e garantir mais qualidade de vida. 

 

Revisão médica: Dr. Diego Nunes

Reumatologista

CRM 192102 - SP

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